quinta-feira, 10 de junho de 2010

Um político no poder

*cronica do livro papo de garotas*


Clarinha estava sentada na sala, aos 13 anos de ida¬de, prisioneira em sua própria casa. Como se não bas¬tasse, fora proibida de ligar a tevê, de mexer no jornal e até de brincar com seus amigos e vizinhos.
— Seu pai está passando por um momento bastan¬te difícil. Você tem que ter paciência — explicou sua mãe.
— Mas eu não gosto de ir pra escola com aqueles dois seguranças. Fica todo mundo me olhando.
— É necessário.
— O Pedro disse que meu pai é ladrão.
— São problemas da política, minha filha — a mãe deu um suspiro e se levantou, perguntando — "Você não tem lição de casa?"
— Tenho que fazer uma redação — e tratou de pegar rapidinho, na mochila, os livros e cadernos.
Clarinha não era boba, sabia que sua mãe não esta¬va para conversa. Seu pai, então, nem o via. Saía cedo e voltava tarde da noite. Na madrugada anterior, tinha acor¬dado com os dois brigando. Levantou-se da cama de mansinho, abriu uma fresta da porta e foi então que viu seu pai, cie pijamas, saindo pelo corredor. Estava tão diferente, cabisbaixo, com uma expressão pesada no rosto. Nem parecia aquele homem grande, elegante, que três anos atrás fora considerado o herói da cidade. Pro¬pagandas, debates na televisão, homem de fibra. Nin¬guém duvidaria da sua integridade. Era a primeira vez que se envolvia na política e já ganhara as eleições.
No começo, tudo maravilhoso, gente importante fre¬qüentando a sua casa, muitos jantares, eventos... Clarinha era ainda muito pequena para participar de tudo aquilo, mas, entre seus amigos, ser a "filha do Prefeito" era um título e tanto.
No segundo ano, entretanto, começou a ouvir um papo estranho entre os pais.
— Ah, cansei de te pedir: "Não se meta na política, é só sujeira".
— Eu queria ajudar, fazer alguma coisa pela cida¬de. Se pelo menos eu soubesse que era tão difícil...
— Ninguém nesse país pode com essa corrupção. Ou a gente entra na dança, ou não consegue fazer nada.
E, nos últimos meses, deu no que deu, todos esta¬vam contra eles.
Clarinha pegou o caderno de português e abriu na última página: "Um político no poder". Era o título da redação. Sim, parecia que até a professora, os alunos..., a escola inteira estava contra eles! Teve vontade de gritar, chorar, espernear. Rasgar aquele caderno inteirinho e nunca mais pisar na sala de aula. Mas não ia baixar a cabeça; pegou um lápis e escreveu:
Sou um ser vivo, mas não sei se sou humano. Sou grande por fora, mas pequeno por dentro. Sou rico de dinheiro, mas pobre de espírito. Tenho fartura, mas sou carente. Sou visto por todos, mas compreendido por nin¬guém. Dizem que falo, mas o que faço é me calar. Gero infelicidade, mas também sou feliz. Falo por todos, mas não sei expressar minha vontade. Cheguei lã, mas não sei se estou satisfeito. Queria mudar tudo, mas quem mudou fui eu, posso ver e ouvir, mas preferia ser cego e mudo. Sou um e falo por milhões. Me sinto tão sujo, mesquinho e baixo que preferia nem existir.
Um político no poder
E, no dia seguinte, entregou o texto à professora, uma cidadã comum, cansada e enojada com a situação do país. Uma pessoa que, como tantas outras, se sentia totalmente impotente diante de tamanho caos e sujeira que desde o descobrimento tem sido a política brasi¬leira. Mas, ao ler as palavras da menina, teve, por um momento, uma grande esperança. Quem sabe, em bre¬ve a geração de Clarinha pudesse vir a fazer alguma coisa.



O APARTAMENTO

*crônica do livro papo de garotas*

Olhando o apartamento, assim, pareceu-lhe um cor¬po que havia visto certa vez, sobre uma maça num corredor de um hospital. Estava coberto até a testa por um lençol branco, deixando à mostra somente uma parte dos cabelos grisalhos. Um dos braços pendia para fora, solto no ar. Um corpo vazio, morto, sem alma, com mais nada que lembrasse a última pessoa que ali vivera. Exatamente como aquele apartamento agora: nenhuma cortina, nenhum sofá, tampouco quadros. Somente paredes brancas e vazias,
Ela se sentou no chão da sala. Estava só. E, sem sair dali, fechou os olhos e percorreu todo o apartamento. O quarto, o banheiro, a cozinha, a área de serviço, a sala... Lembrou-se da primeira vez em que o vira, pronto para ser alugado. Assim também sem mobília, porém cheio de sonhos. A vista da janela da frente — para o lago no parque — era maravilhosa. E no começo, ain¬da que só tivessem um colchão no chão, bastava para os dois irem juntos apreciar a vista pela janela da sala, as cores do pôr-do-sol, o alaranjado cor-de-rosa des¬cendo sobre o verde do parque ao som dos pássaros... Eram jovens e estavam apaixonados. Era tudo o que se podia querer.
Com o tempo chegaram os móveis. Um sofá, a cama de casal, um quadro. A cozinha pequena e moderna, mais uma mesa, outra cadeira. Era como ir jogando sementes sobre a terra. Sonhos e mais sonhos. Como uma semente na barriga. Um ninho de amor?
De repente, contudo, as portas começaram a bater. As paredes já não ouviam as doces conversas e risadas e, sim, gritos e discussões. O colchão parecia ter se transformado em pedra. E o lago do parque, quem di¬ria, havia se tornado lamacento e obscuro. As folhas das árvores não mais refletiam o brilho do sol. Secas, caíam. As árvores, nuas. E as sementes, abortadas?
Ela olhou mais uma vez o apartamento vazio. Tudo que ali um dia chegara havia ido embora de novo. Nenhum quadro, nenhum vaso, nenhuma cadeira. Nada. Nada que lembrasse como eram as pessoas que ali mo¬ravam. Exatamente como aquele corpo vazio de alma, morto, na maça do hospital.
E ela se levantou e saiu pela porta da frente, para nunca mais voltar. E, ainda que naquele momento não tivesse mais esperança alguma, alguém saberia por ela que existiriam outras primaveras, outras sementes, ou¬tros sonhos, outros amores. Porque a vida é um ciclo. E continuaria mesmo que longe dali.


O MUNDO DA TELEVISAÕ



*(crônica do livro papo de garotas)*

Depois de passar horas em frente à televisão, pulando de canal em canal, de programa de auditório para novela, de novela para telejornal, de telejornal para videoclipe, de videoclipe para propaganda, a garota deu um clique final no controle remoto e a tela escureceu. Em uma fração de segundo aquele mundo de cubo animado, colorido e fascinante, havia desapa¬recido.
Silêncio.
Uma sensação de vazio tomou conta da sala. E a garota teve a nítida impressão de que o mundo em que estava era menos real do que dentro da tevê. Lembrou-se de quando era criança e achava que televisão era isso mesmo: um mundo real com minúsculas pessoas vivendo dentro do aparelho. Por que será que agora quem se sentia minúscula era ela?
Solidão.
Clique, ligou a tevê de novo. Som, música, pessoas alegres e sorridentes, palmas, folia. Até a desgraça pa¬recia virar um show. Isso deveria ser triste, muito triste. Mas parece que a gente vai se acostumando, se acostu¬mando... Não! Clique, desligou novamente.
A sala vazia, o chiado do silêncio. O ato de desligar abria um espaço em sua cabeça e era em si mesma que começava a pensar. Seus problemas, sua rotina mecâ¬nica e sem graça, sua vida sem sabor, era isso! A vida na tela tinha sabor. Clique, ligou outra vez.
Ah, as novelas, ainda que tão previsíveis, são a nossa pequena distração do dia-a-dia. Pequena distração? A das 5, das 6, das 7, das 8? Já virou alienação. Clique, desligou.
Também, vai, no meio disso tudo a gente ainda encontra programas bons. Clique, ligou. Se bem que, ultimamente, isso tem sido como procurar um anel de ouro (que se engoliu no dia anterior) nas fezes do dia seguinte. Clique, desligou. Mas o que fazer com esse tempo vazio? Clique, ligou. Nossa, suas costas já esta¬vam doendo de tanto sofá. Clique, desligou. Além do mais, ela nâo era a única. Conhecia muita gente que ligava a tevê assim que chegava em casa, só para não se sentir sozinha. Clique, ligou. E aquilo acrescentava alguma coisa? Clique, desligou.
E dessa vez contou até dez. "Um, dois, três..." e, olhando a tela vazia de repente, se deu conta de que estava olhando para si mesma, era seu reflexo na tela negra. E como doía reconhecer aquele mundo de fora, que em nada se parecia com o de dentro. Como era difícil encarar sua existência tão comum em meio àque¬les padrões de perfeições de olhos de Ana Paula Arósio, de cinturinha de Adriane Galisteu, de rebolado das Sheilas do Tchan, de pernas e bunda da Feiticeira, de peitos da Globeleza... Tudo tão distante. Tudo tão per¬to. Tudo tão verdadeiro e tão falso como todos os "boa-noite" de Fátima Bernardes, a facilidade de Babi pra falar de sexo, as mil e uma receitas de vida feliz de Ana Maria Braga ou o Planeta Xuxa, que não existe em lugar nenhum.
Quem eram aquelas pessoas afinal? E quem era a menina sentada no sofá?
Clique. Ligou a televisão e ficou pensando que da¬ria tudo para entrar naquele aparelho e pertencer àquele mundo, ainda que só por um dia. E de lá de dentro olharia para a menina aqui fora, sentada no sofá. Quem sabe assim gostaria mais dela, se sentiria um pouquinho especial.
O que ela não sabia, entretanto, é que as pessoas, quando ficam minúsculas e vão para a tevê, não en¬xergam nada. Do lado de lá, as pessoas só vêem as câmeras.


A HUMANIDADE


*Crônica do livro papo de garotas *

Deitada de bruços sobre os paralelepípedos, eu sen¬tia muita dor. Mas não era a dor dos tiros que havia levado. Era uma dor de tristeza, de revolta e de amar¬gura. Continuei a ouvir o som das metralhadoras. Elas não parariam enquanto não matassem todos. Afinal, era a guerra.
Um soldado passou ao meu lado. Só pude ver as suas botas sujas de lama, que quase encostaram no meu rosto. Ele me ignorou, supondo que eu já estives¬se morta, e continuou atirando impiedosamente nos outros. Um pequeno e velho caminhão também pas¬sou muito próximo. A princípio tive medo de que suas rodas passassem sobre mim. Depois, indiferente, eu já não sentia o corpo.
De repente, silêncio. As metralhadoras cessaram. O extermínio tinha acabado: todos mortos. Tive ódio e nojo de toda a humanidade. "Do que o ser humano é capaz...", pensei.
Algum tempo depois, chegaram garotos vestindo roupas civis. Passaram por mim e se sentaram num vagão abandonado logo atrás, um soldado veio e per¬guntou a cada um deles para qual país iria. Um garoto disse o nome do meu. Senti saudades. Talvez aquilo tudo fizesse parte de algum programa de guerra.
O soldado se afastou. Um dos garotos, de uns 15 anos talvez, desceu do vagão e veio em minha dire¬ção. Olhei para ele, que, percebendo que eu estava viva, ficou perplexo. Levantei a cabeça com dificulda¬de e pedi:
— Me mate, por favor, me mate!
Como se entendesse meu sofrimento, fez menção de me ajudar. Passou a mão pelo próprio corpo em busca de alguma coisa, mas, como não encontrava, disse desculpando-se:
— Eu não tenho arma.
O soldado, de olho no movimento, aproximou-se. Quando viu, surpreso, que eu estava respirando, sa¬cou o revólver da cintura e apontou em minha direção. Olhei para a arma, tive medo de morrer. Mas tive mais medo ainda de ficar viva.
— Só um ou dois tiros. Atire, por favor, atire!
— Segurem-na! — ele gritou. — Eu quero atirar no peito!
O garoto que me havia descoberto me segurou pe¬los cabelos, molhados de suor e sangue, e puxou mi¬nha cabeça para trás, deixando meu peito à mostra.
— Atire, por favor! — gritei pela última vez, olhan¬do firmemente para o soldado ali parado.
E foi então que aconteceu.
Um outro garoto, que devia ter perto de 6 anos, desceu do vagão e, com o próprio peitinho estufado, colocou-se entre mim e o revólver, deixando o solda¬do assombrado. Ele continuou apontando a arma, só que desta vez frouxamente.
Nesse instante, senti amor. Um amor profundo e enorme por toda a humanidade. "Do que o ser huma¬no é capaz!", pensei.
Fechei os olhos e morri.Abri os olhos, assustada, e acordei de um pesadelo


A MENINA E O ESPELHO

No começo, ela gostava de se admirar. O formato do rosto, o contorno da boca, a cor dos olhos. Era a época das transformações. Os seios crescendo, os pê¬los surgindo, as curvas se acentuando. Toda noite, an¬tes de se deitar, ficava nuazinha e ia para a frente do armário. Talvez por isso tivesse se afeiçoado tanto àque¬le espelho. Era grande, imponente, e ficava do lado de fora da porta, e não escondido do lado de dentro, como a maioria. Era lindo, delicado, e fazia parte da refinada decoração do quarto. Ou será que ela teria se afeiçoa¬do ao próprio reflexo? Era tão bom se ver, se apreciar; quase mágico! E, quando finalmente crescesse, ficasse com corpo de mulher, como seria? Bonita?
Às vezes, gostava de se pintar, prender o cabelo de forma diferente, roubar as roupas da mãe. Em outras, de falar, de gesticular, sorrir. Tudo ficava duplamente interessante diante daquele espelho. Podia até se bei¬jar nos lábios. Um beijo gelado, sim, mas divertido. Ou ainda respirar fundo, abrir bem a boca e soltar um bocado de ar quente. E, com a ponta dos dedos, no pedaço embaçado pelo vapor, desenhar um coração.
Quando estava muito quente, chegava pertinho e ia encostando, devagarinho, rosto com rosto, mão com mão, peito com peito, barriga com barriga. Humm, que refrescante! E também dava para criar histórias. Fazer de conta que lá dentro do espelho havia um outro mundo. Um mundo só dela, onde apenas ela poderia entrar e existir.
Só que o tempo passou. A menina já não era tão menina assim. E tudo aquilo parecia bobo, infantil e até ridículo. Continuava a gostar do espelho. E como. Mas agora ele inspirava outras coisas: questões.
E toda noite, quando se sentava a sua frente, na pe¬numbra da luz do abajur, pensava: "Quem sou eu? De onde venho? Por que existo? Há alguma razão para estar aqui? Por que as coisas acontecem do jeito que aconte¬cem? Até que ponto a gente tem controle sobre nossa vida? E, afinal, o que é vida e para que existe vida?".
Mas o grande espelho, tão companheiro antes, agora parecia se calar. Como alguém que carrega um precio¬so segredo. E o reflexo da menina no espelho era, então, mais reflexivo ainda, pois a fazia refletir sobre o próprio reflexo. Infinita reflexão...
A falta de respostas, mais do que as perguntas, tor¬nou-se insuportável. Até que um dia a pobre menina não agüentou mais. Chegou em casa tarde da noite, esgotada depois de um dia cheio. A única coisa que queria era se jogar na cama, pegar no sono e desligar-se do mundo. Mas, assim que entrou no quarto e acen¬deu a luz, viu o espelho. E ele parecia ainda maior, monstruoso quase, com um aspecto inquisidor, como se cobrasse algo dela. A menina, então, desesperada, pegou o primeiro objeto que lhe veio à mão e atirou-o, com toda a força.
O barulho dos cacos se espatifando no chão soou como uma melodia, enquanto ela olhava para a porta do armário. Agora só restava a madeira, ela estava li¬vre! Foi chegando cada vez mais perto, caminhando por cima dos cacos, fazendo mais barulho com seus sapatos. Passou a mão e o rosto na madeira fosca, que nada refletia, que nada a fazia refletir. Sentiu um imenso alivio. Mas só até o momento em que abaixou os olhos e viu as dezenas de pedaços no chão. Agora já não era mais um espelho, eram vários, refletindo sua imagem e lhe exigindo uma reflexão.

ESCREVER POR PRAZER
Assim que comecei a escrever, escrevia por prazer. Ainda pequena, com dificuldade em segurar o lápis, ia juntando letra com letra até formar palavras. Ah, e como elas eram divertidas! Pronunciadas, tinham som, lidas e pensadas, produziam imagens. Com o tempo, esse meu jogo foi se expandindo e eu podia montar frases e orações. Estas diziam coisas, passavam mensagens, co¬municavam.
Minha mãe conta que o primeiro bilhete que escre¬vi foi para o meu pai. Nós havíamos brigado e eu fica¬ra de castigo. Injuriada, peguei lápis, papel e escrevi com minhas letrinhas, ainda malformadas, todos os pa¬lavrões que sabia! É óbvio que nenhuma professora me ensinara aquilo. Mas eu já dominava o jogo e, pelo som, sabia fazer nascer as letras, as palavras e... por que não os palavrões?
Quando meu pai pegou o papel, ficou estupefato. Que atrevimento! Mas também, puxa, sua filhinha já estava escrevendo. E que palavrões! A briga acabou ali mesmo. É claro que depois ele me explicou: "Menina bonitinha não deveria escrever coisas tão feias". Que escrevesse então coisas belas!
Daí para frente, não parei mais. Vieram as redações no colégio, e a arte de inventar histórias, descrever os lugares, contar os fatos...
Uma verdadeira viagem!
Nos meus diários, podia guardar as boas lembran¬ças do desgaste do tempo, conversar comigo mesma. Com cartas, chegar mais perto de alguém. Cada pala¬vra um sentido, cada sentido um sentimento. Cada sentimento uma emoção. Ah! Aquilo tudo era uma brinca¬deira infinita!
Depois veio um livro, em que eu ousei falar de coisas até então proibidas. Descobri ali a força das palavras, que, além de criarem, podem derrubar con¬ceitos, libertar e fazer crescer.
"Valéria, você escreve com o coração", me disse uma pessoa um dia. E é verdade. Quando escrevo, vem primeiro a vontade de agradar, de chegar perto, de fazer um carinho tocando com as palavras. Quando escrevo, vejo você, quem quer que seja, esse alguém que lê. E assim, como que por magia, acabamos juntos num lugar sem espaço nem tempo. Pois, ainda que eu estivesse morta, quando você lesse esse texto, se daria a união: escritor e leitor. União no universo mental, o universo de dentro. União no universo de todos nós, o de fora.
A certa altura, começaram a me falar das tais técni¬cas e métodos. "Para ser uma verdadeira escritora, pre¬cisa ralar muito... escrever é 10% inspiração e 90% transpiração...". E então eu passava horas quebrando a minha cabeça para no fim conseguir um parágrafo ape¬nas. E, ainda por cima, duro e seco como uma pedra! Cheguei a pegar textos de autores que gosto, como o conto Herbarium, da Lygia Fagundes Telles, e ler só com o intuito de descobrir a tal da técnica. Mas não dá. Ele é tão envolvente que logo na segunda frase só vejo os personagens, os lugares... E aí não tem mais jeito, sou totalmente levada pela emoção. Depois me descabelo, me desespero, pois nunca consigo a tal da técnica!
Até que um dia uma sábia amiga, percebendo mi¬nha aflição, colocou em minhas mãos o livro Entre a ciência e a sapiência, de Rubens Alves, um escritor, educador, psicanalista e doutor em Filosofia. E vejam só! Numa das crônicas, ele conta a história de uma jovem que, ao fazer sua tese científica, lhe entregou um formulário em que perguntava qual era o método e a teoria usados por ele para escrever suas histórias. Sabem como respondeu? "O pintor espanhol Picasso dizia: 'Eu não procuro. Eu encontro'. As histórias são assim. A gente vai vagabundando, fazendo nada, com uma coceira no pensador. De repente a história chega. Sem teoria, sem método. É só ir para casa e escrever." E foi isso que acabei de fazer. Sentei e escrevi. Acho que o Rubens tem razão, não existe um método para se ter idéias boas. O melhor mesmo é continuar escre¬vendo por prazer. Pelo meu e pelo seu!



O LIVRO Q EU INDICO

Começo agora uma sessão nova: a galera indica e eu posto para a alegria de vocês.
O assunto do dia foi: livros. Eu pedi indicações para a leitura nestas férias .São gostos diferentes e interessantes que pretendo colocar na minha listinha de próximas leituras. As indicações é :
A Cabana, William P. Young: Se Deus é tão poderoso, por que Ele não faz nada para amenizar o nosso sofrimento?
Yargo, Jacqueline Susann: Livro simples e complexo, ficção e romance, tudo ao mesmo tempo. Uma boa história que prende a atenção.

A Sangue Frio, Truman Capote: Narrativa e enfoque jornalístico impecáveis.

A menina que roubava livros: Quando a morte conta uma história você tem que parar para ouvir o.O

O diário de Bridget Jones, Helen Fielding: Quem não se identifica com a visão tragicômica da vida por Mrs. Jones? Super adoro! (AMEI AMEI AMEI)

E a minha indicação de livro é:O diário de Bridget Jones, Helen Fielding , para vocês entrarem logo no clima .




Booa leitura amores ♥

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